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As palavras são o único remédio

As palavras são o único remédio

Sex | 21.09.18

As minhas amarras

Bianca

 

 Não passo de mais um corpo impotente,

O meu exterior é livre como o vento,

Mas por dentro tudo me amarra, tudo me agarra.

Todos os dias luto para me soltar,

Mas ao que parece não há maneira de escapar.

Sou só mais um ser,

Num mundo demasiado excitante,

Para um corpo hesitante.

Perco-me na rua e vejo-me nua,

Nas janelas dos edificios,

Nos carros que por mim passam.

Paro um pouco para me olhar

E as pessoas continuam a andar. 

Ninguém me vê.

Só queria que vissem,

Que parassem e olhassem 

Para o meu corpo desnudo,

Claramente sem rumo.

As correntes que me prendem

Deixam-me cada vez menos independente

E as pessoas olham de lado para mim como o ser que não sente,

Não me levam a sério

E fingem não ver o que está à sua frente.

E eu apenas observo as minhas amarras,

A cada dia que passa estão mais apertadas

Elas apoderam-se de mim como uma serpente,

Já sou quase uma demente,

Ninguém entende o que se passa na minha mente.